domingo, 22 de março de 2020

SPINA: Nova Forma Poética * Ronnaldo de Andrade - SP

TEXTO TEÓRICO da Nova Forma Poética SPINA
-O Mestre Segismundo Spina-

Ronnaldo de Andrade - SP


TEXTO TEÓRICO da Nova Forma Poética SPINA


A Nova Forma Poética denominada SPINA, criada por mim, Ronnaldo de Andrade ( em homenagem ao saudoso professor emérito da USP Segismudo Spina), veio à luz em 10/12/2019, em uma região de Santo Amaro, São Paulo.


Leiamos as cinco primeiras partes explicativas do poema.


PRIMEIRA PARTE da Nova Forma Poética SPINA.


A nova forma poética SPINA,
trata-se de um poema de duas estrofes. Sendo a primeira de três versos com três palavras em cada; iniciada, obrigatoriamente, por uma acepção trissílaba. Ex: floresce. 


A última palavra do terceiro verso da primeira estrofe rimará sempre com o última da terceiro e quinto da segunda estrofe.


Vejamos a PRIMEIRA ESTROFE (cada palavra está representada pelo sinal gráfico, diacrítico, popularmente conhecido por til: ~ ).


~~~
~~~
~~~rima obrigatória


A segunda estrofe tem cinco versos com cinco palavras.


Vejamos a SEGUNDA ESTROFE (usamos aqui o mesmo sinal gráfico da primeira estrofe para representar cada palavra do verso).


~~~~~
~~~~~
~~~~~rima obrigatória
~~~~~
~~~~~ rima obrigatória


Vejamos sua estrutura estrófica e rímica (da rima) obrigatória. As letras iguais representam rimas idênticas (abC/deCfC).


~~~  
~~~  
~~~ C


~~~~~ 
~~~~~ 
~~~~~ C
~~~~~  
~~~~~ C


Leiamos, de minha autoria, o texto abaixo (a rima está em or):


Padeço, sangro. Ai!
Declamo versos tristes,
sufoco a dor.


Você partiu sem dizer-me adeus
fazendo pensar que logo voltaria.
Momento amargo. Agora nesse horror
vou vivendo cheio da saudade
do que foi nosso amor!


Não é obrigado ter título
•••


SEGUNDA PARTE da Nova Forma Poética SPINA.


A Nova Forma Poética SPINA, além deste esquema rímico, obrigatório (as letras iguais representam rimas idênticas – abC/deCfC),


~~~  a
~~~  b
~~~  C


~~~~~ d
~~~~~ e
~~~~~ C
~~~~~ f
~~~~~ C


Admite rimas nos demais versos. No entanto, não se pode mudar o esquema rímico obrigatório, conforme demonstrando acima – letra C.


Exemplificamos nossa fala com mais um SPINA, de minha autoria, com o acréscimo de duas rimas. Outros esquemas rímicos podem ser usados.


Cântico glorioso, sonoro,
reavive esperanças mortas,
satisfeito, ajoelho-me, oro!


Canto, notas fortes... Vejo portas
de tamanhos vários sendo abertas.
Cada nota estremece, lembra meteoro;
intensificam-se ritmos, pausas, tônicas certas...
Almejando dias melhores eu choro.
•••


O esquema rímico deste SPINA é:


~~sonoro 
~~mortas 
~~oro!      


~~~~portas 
~~~~abertas 
~~~~meteoro 
~~~~certas     
~~~~choro.    


Representado por letras ( lembremos que letras iguais, rimas idênticas) fica assim: ABA/BCACA.


Pede-se que usemos as pontuações: ponto final e vírgula, principalmente, nos casos obrigatórios.
A pontuação (juntamente com a escolha vocabular), quando colocada adequadamente, dá coerência e mais beleza ao texto!
•••


TERCEIRA PARTE da Nova Forma Poética SPINA.


A MESÓCLISE e a ÊNCLISE


A MESÓCLISE,
pronome átono colocado ao meio do verbo,  contaremos como vocábulo único. 


Exemplos:
"Assim que oportuno, CONTAR-LHE-EI detalhes ".
"A inovação do setor AJUDAR-NOS-IA ."


A ÊNCLISE,
pronome átono posposto ao verbo. Assim como a mesóclise, será contada como vocábulo único.


Exemplos:
"MULTIPLICOU-SE o número de Judas".


"BEIJANDO-LHE o cabelo de caía."


"RESPONDERAM-ME rapidamente."


"Foi aí que meu pai tentou EXPLICAR-LHE o acidente".
(Estes exemplos foram  colhidos no livro Episódio que a Vida não Apaga, itinerário de um pícaro poeta, do prof° Segismundo Spina).


Pede-se que privemos pela norma culta da língua portuguesa. Sabe-se que seu uso deixará o texto mais harmonioso, elegante.


Fica proibido, porém, o uso da ênclise no início do primeiro verso como completo da terceira sílaba exigida. A saber: peço-lhe; chamo-te; ligou-me.


Obrigatoriamente, a primeira estrofe será iniciada por uma acepção trissílaba. Exemplo: HONROSO. 
•••


QUARTA PARTE da Nova Forma Poética SPINA.


PREPOSIÇÕES, ARTIGOS E CONJUNÇÕES


As preposições, artigos e algumas conjunções ficam ao critério do autor (a). No entanto, são censuradas as conjunções:


1)Aditiva: E;

2) As adversativas: MAS/ PORÉM/ TODAVIA/ CONTUDO/ NO ENTANTO/ ENTRETANTO;


3) A conclusiva e explicativa: POIS;


4) Nas subordinativas, censura-se somente uma. Ela faz parte das Conjunções Causais: POIS;


5) As conjunções alternativas estão livres da censura; ficando proibida o uso de duas iguais no mesmo verso! 
•••


QUINTA PARTE da Nova Forma Poética SPINA.


TÍTULO, MÉTRICA e ESTROFE.


O título é opcional. Assim quanto à métrica. Optando pela metrificação regular em todos os versos (o metro predominante da primeira estrofe é Octossílabo, ou seja, verso de oito sílabas poéticas e não gramaticais, a não ser quando esta coincida com aquela. Já o metro da segunda estrofe é, predominantemente, o decassílabo – que significa verso de dez sílabas poéticas –, 
 não se deve, em momento algum, alterar, aumentando nem diminuir, a quantidade de palavras por verso e estrofes.


Vejamos agora o esquema estrutural da quantidade de estrofes e palavras por verso. Cada palavra está representada pelo sinal gráfico, diacrítico, popularmente conhecido por til: ~ .


~/~/~/
~/~/~/
~/~/~/


~/~/~/~/~/
~/~/~/~/~/
~/~/~/~/~/
~/~/~/~/~/
~/~/~/~/~/.


Estas são as principais regras, a espinha dorsal, da nova forma poética SPINA.
Estamos certos que há lacunas que precisam ser preenchidas; no entanto, ainda invisíveis aos nossos olhos.
Novos textos complementários serão publicados. Pretendemos trazê-los a público acompanhados de exemplos, como temos feito até aqui, almejando facilitar o entendimento dos mesmos. 


Fazemos saber que em algum (ns) tópico (s) anterior (es) acrescentaremos mais textos exemplificatórios.


SEXTA PARTE da estrutura do poema SPINA. 


Conforme salientamos em um dos textos anteriores, e reafirmamos agora,
sabemos que há lacunas nas regras do SPINA, as quais ainda são invisíveis aos nossos olhos, mas quando as enxergarmos tentaremos saná-las. 
Duas dessas lacunas tentaremos preencher com o presente texto. Trata-se da utilização de palavras compostas e aglutinadas por apóstrofo.


PALAVRAS COMPOSTAS COM E SEM HÍFEN


Da mesma forma que a ênclise e a mesóclise,
as palavras compostas ligadas por hífen serão contadas como uma única acepção.
Exemplos: criado-mudo/, guarda-chuva/, bem-te-vi/, vaga-lume/, obra-prima/, beija-flor/ etc.; entretanto, FICA RESTRITA a utilização no início da primeira estrofe, que terá que ser uma palavra inteira, ou seja, não composta. A saber: HONRADO, castelo, beleza etc.


Quanto ao substantivo composto sem hífen, cada elemento será contado individualmente. Exemplos: fim/de/semana/, pé /de/moleque/, dia/a/dia/, pôr/do/sol/ etc..  Sendo contado individualmente cada elemento, não iniciará a primeira estrofe.



O APÓSTROFO


A aglutinação de palavras por apóstrofo não as tornará vocábulo único.
Exemplos: sede d'água, minh'alma, d'um, Sant'Ana etc..
Mesmo sendo utilizado esse recurso, as palavras são contadas individualmente. Vejamos: sede/ d'/água/, minh'/ alma/, d'/um, Sant'/Ana.


Observação: textos complementares serão escritos, conforme acharmos necessário.


SÉTIMA PARTE da nova forma poética SPINA.


Consoantes mudas “e Sonoras”: 
As palavras contendo as chamadas consoantes mudas (e sonoras) que tenham três sílabas compostas por consoantes e vogais podem iniciar o SPINA.
 Ex: eclipse, inepto, relapso, obséquio, recepção, absurdo, objeto, submeter, etc.
•••
 *Observação* : 


Lacunas ainda podem ser encontradas na estrutura do SPINA, mas quando forem identificadas será elaborado um texto complementar com intuito de saná-las.



DADOS DO AUTOR
RONNALDO DE ANDRADE

Formado em Letras, poeta ( com dois livros e dois livretos publicados independentes), revisor e criador do SPINA!

FONTE
Grupo Spina Nova Forma Poética/Facebook
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